sábado, 26 de novembro de 2011

Saudades de Campos (poesia)

        SAUDADES DE CAMPOS

Saudades de Campos, dos dias da infância,
da praia, do horto, das sombras da estância.
Saudades de Campos, da beira do rio,
da praça, da igreja, das tardes de estio.
Saudades de Campos, dos bondes abertos,
das ruas de pedra, dos becos desertos.
Saudades de Campos, da rua do Gaz,
do estádio, da escola, da rinha, do cais.
Saudades de Campos, do nosso jardim,
do cheiro inebriante do pé de jasmim.
Saudades de Campos, das aves em bando,
das rolas no lado da casa, ciscando.
Saudades de Campos, do céu estrelado,
das torres de usinas, do azul esfumado.
Saudades de Campos, das férias inteiras
passadas na roça co'as duas palmeiras.
Saudades de Campos, dos dias de festa,
da Lira de Apolo, do som da seresta.
Saudades de Campos, do sol no poente,
nos meses de agosto deitando pungente.
Saudades de Campos, das noites de frio,
Co'a lua boiando nas águas do rio.
Saudades de Campos, do vento nordeste
varrendo a cidade, do seu sopro agreste.
Saudades de Campos, do trem de Atafona,
da cana p'ra a usina levada em cambona.
Saudades de Campos, do plaino sem véu,
das canas jogando penachos p'ra o céu.
                                   ..........................................................................
Distante, exilado, há anos já tantos,
invadem-me a alma saudades de Campos.

                                                                A.C.W.C.de Azeredo

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