ATAFONA
Há um lugar
onde as noites são fagueiras,
onde crescem pitangueiras,
onde o sonho foi morar:
é um rincão
em que tudo é poesia
e o sabor da maresia
se esparrama pelo ar.
Lá, um farol,
no alto de uma elevação,
ao piscar, manda um clarão
para o horizonte do mar.
Mar engraçado...
muda a cor segundo o vento:
ora verde, ora barrento,
conforme o vento soprar.
Noite de lua:
olho a espuma esbranquiçada
e contemplo a clara estrada
na minha frente a boiar.
Ah! quem me dera
passear na lua cheia,
me distanciar da areia
e invadir o escuro mar...
Nela viajo,
mar adentro, em pensamento,
e percebo num momento
quanto amo tal lugar.
Oh! praia amiga...
quantos sonhos vêm à tona
no mar da minha Atafona,
que eu sempre hei de amar...
A.C.W.C.de Azeredo
Antonio Carlos
ResponderExcluirHá uns 30 anos eu li, numa antologia, um poema sobre Atafona, que me fez chorar. Copiei e guardei como um tesouro, pois gostaria de ter escrito cada uma daquelas palavras. Anos depois, iniciaram um grupo no Facebook chamado Lembranças de Atafona, ao qual me uni. Lá, eu descobri que esse poema que eu conhecia estava incompleto; ele ficou mais bonito. Hoje, procurando no gooogle, encontrei essa poesia, que tem muito da outra, mas não é a outra. Como estou no momento no Canadá e só retorno ao Rio em abril, pergunto a você: seu poema tem, realmente, muitas formas? Alguma é definitiva? Agradeço se me responder Um abraço Márcia Muniz marciadmmuniz@gmail.com